A Magellan Orbital é uma empresa fundada por cinco entidades nacionais – o CEiiA, a Efacec, a idD Portugal Defence, a Omnidea e a Tekever – e que pretende, nas palavras de um dos responsáveis pelo projeto (Ricardo Mendes, CEO da Tekever), “criar um integrador nacional que possa desenvolver, produzir e operar satélites e pequenas constelações de satélites“.
O projeto foi apresentado formalmente durante o Portugal Air Sumit, evento que ocorreu de 21 a 23 de Outubro, e será um grande passo para os setores portugueses do espaço e da defesa, contribuindo para:
- uma maior autonomia nacional na prestação de serviços nestes domínios;
- a evolução do tecido industrial português, potenciando a subida de várias empresas na cadeia de valor;
- reforçar a capacidade de Portugal competir em mercados internacionais;
- o desenvolvimento do “New Space” em Portugal.
Espera-se que as tecnologias da Magellan Orbital possam ser colocadas ao serviço de atividades como a logística e ornamento do território, o turismo, as energias renováveis, a investigação científica e meteorológica, as agências públicas de segurança e defesa, o ambiente (incluindo a prevenção de incêndios), a salvaguarda da vida e dos recursos marítimos e exploração da ZEE portuguesa.
A Magellan Orbital envolve investimentos iniciais superiores a 30 milhões de euros, com a possibilidade de mais reforços financeiros ao longo do tempo. Para além dos accionistas e eentidades fundadoras, este projeto conta com o importante apoio e articulação com a Portugal Space, o Air Centre, o Ministério da Defesa Nacional e o Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior.
Em comunicado oficial, Marco Capitão Ferreira, Presidente da idD Portugal Defence, destaca a importância da Magellan Orbital para a Defesa e para a economia do país:
“Os interesses da Defesa são duplamente cumpridos com este projecto ao qual aderimos com a expectativa de que venha a significar um momento fundacional da passagem da nossa capacidade nacional para um patamar diferente, em que podemos exportar serviços, uma vez que se trata de desenhar e operar uma constelação. Não há nenhuma razão para que Portugal não possa, quer no domínio económico quer no domínio geo-político, constituir-se como um player regionalmente importante da bacia do Atlântico onde há dezenas de países com necessidades nesta área”, disse Marco Capitão Ferreira.
É também objetivo desta empresa, que ficará sediada em Ponte de Sor, a atração e retenção de jovens talentos de engenharia aeroespacial: “Queremos que a Magellan seja a primeira opção de todos os estudantes de aeroespacial, e que seja o motivo pelo qual muitos dos nossos brilhantes engenheiros, que hoje trabalham fora de Portugal, voltem e fiquem”, explicou fonte da empresa Tekever à Lusa.