Com a missão de procurar evidências de vida passada em Marte, o Rover Perseverance aterrou hoje no “Planeta Vermelho” para recolher amostras do seu solo. Mas, daqui a 10 anos, como voltarão essas amostras para a Terra? É aqui que entra em cena um consórcio português de empresas.
A cápsula responsável pelo transporte e regresso seguro à Terra das amostras recolhidas pelo robô da NASA é feita por tecnologia e engenharia portuguesa desenvolvida pelo ISQ, PIEP e Stratosphere (membros da AED Cluster Portugal), também em conjunto com a Amorim Cork Composites.
Este consórcio desenvolveu um sistema de escudo de proteção térmica e amortecimento de choques na aterragem, que permitirá à cápsula suportar as altas temperaturas e velocidade da entrada na atmosfera e da chegada ao território do “Planeta Azul”. O conteúdo da cápsula estará, assim, totalmente protegido para esta que será a fase final da missão Perseverance levada a cabo pela NASA, com a ajuda da ESA.
Embora a tecnologia já tenha sido desenvolvida e devidamente testada, provavelmente teremos que esperar mais de uma década para que seja posta em prática.
Após aterragem com sucesso, o Rover explora agora solo marciano e recolhe sedimentos rochosos numa área que, segundo os cientistas, já teve a presença de água. A fase intermediária desta longa e complexa missão consiste em fazer o transbordo das amostras recolhidas pelo rover para um MAV (Mars Ascent Vehicle), que será enviado para Marte entretanto, e que então depositará essas amostras num veículo europeu onde se encontra integrada a cápsula protetora.
Enquanto representantes dos setores nacionais da Aeronáutica, Espaço e Defesa, a AED Cluster Portugal orgulha-se de testemunhar o envolvimento de Portugal numa das mais entusiasmantes missões da indústria espacial, que nos irá aproximar de uma resposta à antiga questão da existência de vida fora do nosso planeta.