Inovação, soberania e colaboração marcam primeiro dia dos AED Days 2025
Os AED Days 2025 voltam a afirmar-se como o principal ponto de encontro do ecossistema nacional e internacional da Aeronáutica, Espaço e Defesa.

Num momento em que os setores da Aeronáutica, Espaço e Defesa ganham renovada centralidade estratégica para Portugal e para a Europa, o primeiro dia da 12.ª edição dos AED Days confirmou a crescente maturidade e ambição do ecossistema nacional. Mais de 450 participantes, em representação de 268 empresas e entidades nacionais e internacionais, passaram pelo Taguspark, em Oeiras, onde se realizaram também mais de 290 reuniões B2B ao longo do dia.

Com uma agenda diversificada e um forte alinhamento com as prioridades europeias e atlânticas, o encontro reuniu decisores, líderes empresariais e responsáveis militares e institucionais, num momento particularmente desafiante para a Europa e para o mundo.

Logo na abertura, José Neves, presidente do AED Cluster Portugal, definiu o tom: “Não queremos discutir apenas percentagens e biliões, mas perceber as capacidades, os talentos e as infraestruturas de que Portugal e a Europa necessitam para o futuro”. Numa intervenção centrada na necessidade de visão estratégica e de ação sustentada, destacou as oportunidades que se abrem em áreas como a mobilidade aérea avançada (AAM), a manutenção preditiva e o espaço.

Francisco Costa Gonçalves, vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, reforçou o papel do concelho como território de inovação e polo tecnológico nacional, lembrando a herança histórica e o contributo atual para o ecossistema AED.

Numa nota estratégica, Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa, sublinhou que as agendas da segurança e da sustentabilidade devem caminhar juntas e que o espaço é hoje um eixo crítico para a soberania europeia. “Se todos quisermos, o mundo pode ser extraordinário”, afirmou, deixando um apelo à ação.

O olhar geopolítico foi aprofundado por Paulo Portas, que alertou para os riscos de estagnação europeia em matéria de inovação e competitividade. “Se quisermos, podemos ser novamente um epicentro de crescimento, inovação e criatividade”, apontou, destacando também os desafios estratégicos colocados pela guerra na Ucrânia e pela reorganização das cadeias globais.

Heriberto Saldivar, da ESA, reforçou a importância da próxima reunião Ministerial e da Estratégia 2040 da Agência, elogiando o posicionamento de Portugal e o seu potencial para crescer em áreas como a observação da Terra, IA e comunicações seguras.

As oportunidades na AAM foram detalhadas por Sven Kopera, da Roland Berger, que destacou a base sólida que já existe em Portugal e a importância de acelerar a concretização de projetos neste domínio.

O painel sobre parcerias globais trouxe perspetivas complementares sobre como reforçar a soberania industrial europeia sem fechar portas ao mundo. Jose Luis de Miguel Cortes (Airbus), Alexander Lukiancik Paraskiva (Damen), Élise Racicot (embaixadora do Canadá) e Thierry Closset (EDA) convergiram na necessidade de fomentar cooperação de longo prazo, simplificar processos e integrar mais PME e startups nos grandes programas europeus.

A tarde trouxe o foco para a inovação colaborativa e para os programas em curso nos ramos das Forças Armadas. O Almirante Jorge Nobre de Sousa foi claro: “Hoje, não chega inovar à porta fechada. É preciso testar e iterar em ambientes reais, com os utilizadores”.

O General Cartaxo Alves apresentou o percurso de transformação da Força Aérea e Espacial Portuguesa, com forte aposta em conectividade e no domínio espacial, envolvendo estreitamente a indústria nacional.

Também a componente industrial internacional teve forte expressão neste primeiro dia. J. R. McDonald, da Lockheed Martin, sublinhou a vontade da empresa em estabelecer parcerias de longo prazo com a indústria portuguesa. Nathalie Hellard-Lambic, da Airbus, reforçou a crescente presença da empresa em Portugal, hoje já o 5.º maior país da Airbus na Europa em termos de footprint industrial.

Daniel Boestad, da SAAB, destacou a arquitetura aberta e a filosofia de evolução contínua do Gripen E, convidando à colaboração com a indústria portuguesa. Volker Magunna, da Lufthansa Technik, apresentou o novo investimento do grupo em Santa Maria da Feira, que já arrancou com o primeiro centro de formação e que se quer afirmar como projeto de crescimento sustentado em Portugal.

O painel de inovação, centrado nas tecnologias disruptivas, reforçou que cocriação e colaboração são palavras-chave para o futuro. Ron Nulkes (NIAG), João Galego (Critical Software), Olivier Choury (MDA) e Hugo Chambel (AVP) convergiram na importância de construir ecossistemas abertos, onde startups, PME, grandes empresas e Forças Armadas trabalhem de forma integrada e ágil.

O encerramento coube ao Tenente-General Maia Pereira, que apresentou a visão do Exército até 2045. “A hora da expectativa terminou. Agora é tempo de iniciativa”, afirmou, defendendo uma modernização acelerada e um modelo de inovação colaborativa que envolva academia, indústria e parceiros internacionais.

O balanço do primeiro dia não deixa margem para dúvidas: Portugal tem hoje um ecossistema AED cada vez mais alinhado com as prioridades europeias e atlânticas, e uma ambição crescente de reforçar o seu papel estratégico nestes setores. Os AED Days continuam a afirmar-se como plataforma central para consolidar essa trajetória, e o segundo dia virá dar ainda mais força a esta dinâmica.

 

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